A Liberdade - Carta Encíclica Immortale Dei
“A liberdade só se
aplica àquilo que é verdadeiro e que é bom. Se a pessoa adere às opiniões
falsas e a vontade escolhe o mal e a ele se apega, ela decai da sua dignidade e
se corrompe”
A liberdade de pensar e
publicar os próprios pensamentos, subtraída a toda regra, não é por si um bem
de que a sociedade tenha que se felicitar. É antes a fonte e a origem de muitos
males. A liberdade - esse elemento de perfeição para o homem - deve aplicar-se
ao que é verdadeiro e ao que é bom.
Ora, a essência do bem
e da verdade não pode mudar ao sabor do homem, mas persiste sempre a mesma. E,
não menos do que a natureza das coisas, é imutável. Se a inteligência adere às
opiniões falsas, se a vontade escolhe o mal e a ele se apega, nem uma nem outra
atinge a sua perfeição, ambas decaem da sua dignidade nativa e se corrompem.
Não é, pois, permitido
dar a lume e expor aos olhos dos homens o que é contrário à virtude e à verdade,
e muito menos ainda colocar essa licença sob a tutela e a proteção das leis.
Não há senão um caminho
para chegar ao céu, para o qual todos nós tendemos: é uma boa vida.
O Estado afasta-se,
pois, das regras e prescrições da natureza se favorece a licença das opiniões e
das ações culposas ao ponto de se poderem impunemente desviar os espíritos da
verdade e as almas da virtude.
Fonte: Carta Encíclica Immortale Dei – Papa Leão XIII