domingo, 21 de março de 2010

Administração

O ANEL DO PESCADOR

Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés.” (Lc 15, 22)
O anel como símbolo de nobreza e compromisso é usado desde a antiguidade até hoje. Seu uso remonta a épocas anteriores a Cristo.
Entre os romanos havia o costume de usar um anel de ferro. Este era concedido apenas aos cidadãos honrados. O Anel Pastoral, de ouro, podia ser usado apenas pelos sacerdotes de Júpiter.
Na história da humanidade encontramos o uso de anéis em diversas situações e épocas. Salomão usou um anel de ouro com a estrela de Davi, de seis pontas, para afastar o mal. Aristóteles, em 350 a.C., menciona um oráculo que utilizava o tilintar sincronizado de dois anéis presos a fios, indicando o momento propício a uma determinada ação. Ele mencionou também o fato dos nobres de Cartago oferecerem anéis aos seus oficiais a cada vitória alcançada, reforçando aí a imagem de nobreza que cerca o anel desde os tempos mais antigos.
Nos países governados por reis sempre foi sinal de grande honra o recebimento de um anel, o que tornava um subalterno em nobre.
O Papa, sucessor de São Pedro, usa um anel conhecido como Anulus Piscatoris (latim) ou Anello Pescatorio (italiano), o Anel do Pescador. Este anel é um símbolo oficial do Papa. O anel de ouro apresenta um baixo-relevo de Pedro pescando de um barco, este símbolo deriva da tradição que Pedro era pescador e que os apóstolos receberam a missão de Cristo de serem "pescadores de homens" (Cf. Mc 1,17). Através dos séculos, foi demonstração de respeito ao Papa ajoelhar-se e beijar o Anel do Pescador, tradição que continua até a atualidade.
O Papa Dâmaso I (366 - 384) foi o primeiro a usar o anel do Pescador, que ao contrário de hoje, era passado de pontífice para pontífice, assim que confirmada a sua morte, como símbolo de sua autoridade pastoral. Uma carta escrita em 1265 pelo Papa Clemente IV para seu sobrinho Pedro Grossi, fala da primeira função conhecida do Anel do Pescador. Utilizado para fechar toda a correspondência privada papal eclesial, o Papa selava o envelope pressionando o anel no lacre de cera vermelha derretida. Os documentos públicos, as bulas papais, eram, ao contrário, selados pelo Brasão papal e carimbados com chumbo. Em 1842, quando a cera para a impressão do anel foi substituída por um carimbo com tinta vermelha, esse costume foi abolido da Igreja.
Sempre após uma morte de um Papa, o Anel do Pescador é destruido por um martelo de prata, que esmaga sua face na presença de vários cardeais pelo Camerlengo, "chefe interino", da igreja entre a morte do papa e a eleição de seu sucessor, a fim de evitar falsificação de documentos durante a Sede Vacante, isto é, até a eleição de um novo Pontícife Romano. Um novo anel é fundido com o ouro do último anel para cada Papa. Ao redor da imagem está escrito em alto relevo o nome do respectivo Papa em Latim. Durante a cerimônia de Tomada Papal, o Decano do Colégio dos Cardeais coloca o anel no terceiro dedo da mão direita do novo Papa.
Pe. Carlos Alberto Seixas de Aquino
Pároco da Paróquia N. Sra. de Fátima em Parnaíba

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