Negar-se a anunciar Jesus é grave, mas anunciá-lo apressada e
superficialmente também é. Sair por aí anunciando que Jesus nos soprou aos
ouvidos e por nosso meio manda mais um recado ao mundo é como aceitar operar um
paciente do coração sem ter estudado medicina.
Dar a Deus o coração e negar-se a lhe dar o cérebro é tão
grave quanto acelerar o carro e ao mesmo tempo pisar no freio. O motor funde ou
a fé rodopia. Por isso, cristãos que sabem ler, mas por não gostarem de livros,
não fazem o menor esforço por aprender mais do que já sabem, e assim mesmo
sobem aos púlpitos e banquinhos de igrejas e salões garantindo que Deus quer
isto mais isto mais aquilo, estão blefando. Eles não sabem tanto quando dizem
saber e não são tão inspirados quanto dizem ser.
Um autor, Richard Dawkins, ateu militante e combativo
escreveu Deus, um Delírio; A Grande História da Evolução; O Maior Espetáculo da
Terra: as evidências da Evolução; O relojoeiro cego, a Evolução Contra o
desígnio Divino, fez o mesmo que outro autor que na mesma estante anunciava:
Deus quer que você Enriqueça. Paul Zane Pilzer. Centenas de livros provam que
Deus existe e centenas de outros negam sua existência. Há os que negam que Deus
possa ter dito ou feito o que quer que seja e os que garantem que Deus disse o
que Deus nunca diria.
Esforçados ateus ou agnósticos recheiam hoje nossas estantes
tentando provar que Deus é um delírio da humanidade. Esforçados crentes tentam
provar que Deus é uma realidade. Outros garantem que Deus falou com eles e lhes
deu mais um recado. E não faltam livros a dizer que todos os dias a mãe de
Jesus dá um recado a determinado vidente. Há quem creia e há quem duvide.
Os livros a favor e contra a religião provocam que os lê a
tomar posição a partir de uma longa e comparada reflexão. É melhor ter um mapa
com inúmeras estradas do que arriscar a viagem apenas no palpite ou na certeza
de que a única estrada nos levará. Pode haver alguma ponte caída! Certeza de
que Deus não existe é quase igual á certeza de que ele existe. Quando não há a
menor dúvida é porque não houve suficiente reflexão. Vale o que disseram os
discípulos:- Cremos, mas aumenta nossa fé! ( ) Tinham concluído que Jesus
estava acima do seu raciocínio. Mas ao menos raciocinaram!
Texto:
Pe. Zezinho, scj
Fonte: Edições Paulinas